Moradia em Vila Alegre, Seixal. Fevereiro de 2021.

1. DADOS GERAIS DO PROJETO “MORADIA EM VILA ALEGRE”

Nome do projeto: Moradia em Vila Alegre

Data do Projeto de Estabilidade: Fevereiro de 2021

Tipo de obra: Obra de construção de uma moradia

Localização da obra: Vila Alegre, Seixal, Portugal

Cliente: Particular

2. PROJETO DE ARQUITETURA

O descrito em relação ao Projeto de Arquitetura, é no essencial o que consta da respetiva Memória Descritiva. E créditos devem ser dados ao seu autor.

2.1 Autoria do Projeto de Arquitetura

Autoria da Arquitetura do projeto “Moradia em Vila Alegre”: Arquiteto Bruno Ramos

2.2 Enquadramento

O lote da moradia, possui aproximadamente 1600 metros quadrados (ou mais exatamente 1598 metros quadrados) e está localizado em Vila Alegre.
Vila Alegre, freguesia de Fernão Ferro, conselho do Seixal.

Na sua envolvente são encontradas moradias de volumetria significativa e semelhante ao proposto para este trabalho.

O local é servido por uma rede viária com boas condições de acesso.

2.3 Descrição do edifício

A construção desta moradia em Vila Alegre, não procura um mimetismo, mas sim, estabelecer um diálogo com a envolvente.

Recorre a uma linguagem arquitetónica contemporânea e na sua essência é marcada pela simplicidade geométrica.

A habitação desenvolve-se em “L”, com dois grandes volumes, ou como se duas habitações se tratasse.

Possui amplo espaço exterior e uma piscina ao nível do piso térreo.

Piscina que contempla no nível inferior, na cota da cave, a casa das máquinas, e uma instalação sanitária de apoio à piscina e ao espaço exterior.

Esta moradia em Vila Alegre, é constituída por três pisos.

2.3.1 Piso Térreo ou Piso 0

No piso térreo ou piso zero, a habitação possui duas entradas. Ambas as entradas, dão para salas distintas.

Ainda neste piso térreo, podemos encontrar um quarto, três instalações sanitárias, uma dispensa, uma lavandaria, e uma cozinha aberta para a sala de quarenta e quatro metros quadrados.

2.3.2 Piso 1

O piso um, destinado essencialmente às áreas de descanso, desenvolve-se em dois corpos.

Dois corpos, sendo cada um deles servido por uma escada própria e que chega a um hall de distribuição para as restantes divisões de cada um dos corpos.

O corpo mais pequeno, para além do hall, possui dois quartos. Um deles com instalação sanitária privativa.
Ambos os quartos dão acesso a uma varanda exterior de dimensões generosas.

No volume maior, a zona de distribuição dá acesso a dois quartos. Ambos os quartos com instalação sanitária de uso privativo e um closet.

Um dos quartos, dá acesso a uma varanda. O outro quarto, dá acesso a um amplo terraço de aproximadamente quarenta metros quadrados.

Terraço este, que é localizado por cima do estacionamento previsto ao nível do piso zero.

2.3.3 Cave ou Piso -1

A cave ou o piso -1, com uma área aproximada de cento e cinquenta metros quadrados, é destinado a garagem e arrumos.

2.4 Sistema Construtivo

2.4.1 Estrutura e Fundações

A Estrutura para esta moradia em Vila Alegra, é uma Estrutura de betão armado e com Fundações diretas.

2.4.2 Paredes

As paredes são em alvenaria de tijolo e as paredes exteriores são duplas com isolamento térmico tipo ‘WallMate’ no seu interior e nas suas faces exteriores.

2.4.3 Pavimentos

Sobre as lajes, idealizadas estruturalmente em lajes maciças de betão armado, é aplicada uma camada de betonilha.

Os quartos são revestidos com soalho de qualidade. Nas instalações sanitárias e espaços comuns, são aplicados mosaicos cerâmicos ou revestimentos em pedra.

Os pavimentos exteriores do piso zero são em placas de betão.
Nas varandas do piso um, os pavimentos são revestidos em pedra ou mosaico.

2.4.4 Cobertura

A cobertura desta moradia em Vila Alegre, é composta por lajes em terraço, com betonilha formando pendentes com inclinação mínima de 2%.

2.4.5 Vãos, portas e janelas

Todas as caixilharias são em alumínio e os vãos são preenchidos por painéis de vidro duplo.

Os vãos das janelas e portas exteriores levam peitoris e soleiras em pedra, com espessura de três centímetros.

As portas interiores, bem como todos os trabalhos de carpintaria, são executados em madeira. Madeira de boa qualidade, devidamente tratada e posteriormente envernizada ou lacada.

2.4.6 Acabamentos

No interior, os gradeamentos e corrimãos são em aço pintado a esmalte cinza escuro.
No exterior, os gradeamentos e corrimãos são em aço e vidro.

As loiças sanitárias são de boa qualidade, com modelos e cor por definir.
Os lavatórios são de encastrar e as banheiras de embutir.

2.5 Áreas e parâmetros urbanísticos globais

  • Área do Lote: 1598,00 m2
  • Área de Implantação: 149,75 m2
  • Área Bruta do Piso Térreo ou Piso 0: 149,75 m2
  • Área Bruta do Piso 1: 147,33 m2
  • Área Bruta do Piso -1 ou Cave: 148,56 m2
  • Área Descoberta: 1448,25 m2
  • Área Permeável: 1059,95 m2 (66,33%)
  • Cércea a partir da cota de soleira: 6,30 m
  • Volumetria a partir da cota de soleira: 945,00 m3

3. PROJETO DE ESTABILIDADE

3.1 Autoria do Projeto de Estabilidade

Autoria da Estrutura e Fundações, deste projeto “Moradia em Vila Alegre”: Engenheiro António Marquês

3.2 Generalidades da Estrutura e Fundações

Como descrito no Projeto de Arquitetura, trata-se de um imóvel que se desenvolve em três pisos, ou dois pisos mais cave.

O número de patamares considerado no Projeto de Estabilidade, para esta moradia em Vila Alegre, foi de cinco. Designadamente e por ordem ascendente:

  • Nível 1: Fundação;
  • Nível 2: Piso do -1;
  • Nível 3: Tecto do -1;
  • Nível 4: Tecto do 0;
  • Nível 5: Tecto do 1 / Cobertura.

A estrutura da moradia, tem características próprias de um edifício de estrutura em betão armado, e é genericamente constituída por lajes, vigas, pilares, muros e elementos de fundação.

Os materiais utilizados, resumidamente, são os seguintes: Aço A500 e Betão de classe variável.

Os recobrimentos adotados são de cinco centímetros para as fundações e de três centímetros para os restantes elementos.

No diálogo do projeto Estrutural com o projeto Arquitetónico, resultou uma espessura de vinte e cinco centímetros para as secções de pilares e vigas.

Para uma moradia com estas características – volumetria, vãos, localização sísmica, e outras condicionantes como diversas descontinuidades do modelo Arquitetónico – uma valor preferível para a espessura da Estrutura, seria de trinta centímetros.

3.3 Grau de complexidade da Obra

A obra apresenta uma complexidade assinalável, derivada, por exemplo, do seguinte:

  • das descontinuidades do modelo Arquitetónico e do número significativo de elementos de transição;
  • do número significativo de elementos de transição, associados a uma solução idealizada pela Arquitetura de lajes “lisas” ou lajes fungiformes;
  • do grande número de pilares, dos diferentes tipos de pilares ou dos diferentes patamares onde estes pilares nascem e terminam;
  • dos vãos a vencer – especialmente das zonas em balanço ou em consola – combinados com um modelo Arquitetónico com bastantes descontinuidades e abundante em elementos de transição;
  • localização na Grande Lisboa (Zona Sísmica importante), em combinação com todas as condicionantes enumeradas nos pontos acima.

3.4 Modelo Estrutural

Dada a configuração do modelo Arquitetónico e Estrutural em planta, em forma de L, e as suas dimensões consideráveis, seria interessante a inclusão de uma junta de dilatação para separar os dois corpos, dado o previsto mau comportamento dos cantos reentrantes.

No entanto, esta solução não foi prevista no modelo Arquitetónico inicial, e a compatibilidade entre a Estrutura e a Arquitetura, em fase do projeto Estrutural, já se mostrou particularmente difícil de conseguir, mesmo sem a referida junta.

O dialogo entre a Arquitetura e a Estrutura, deve estar sempre presente na génese do projeto, especialmente em obras com singularidades ou obras de maior importância.

O investimento no Projeto, nomeadamente do projeto de Arquitetura e no projeto de Estruturas, é algo a nunca descurar.

3.5 Volume de peças do Projeto de Estabilidade

Tendo em conta a volumetria da obra desta moradia em Vila Alegre, o respetivo projeto de Estabilidade, gera um número de peças significativo.

Por exemplo no que respeita a desenhos ou peças desenhadas.

O grau de complexidade apresentado, também pede maior atenção e cuidado, das peças em geral e dos desenhos em especial.

3.6 Quantidades da Obra

As quantidades obtidas para a obra desta moradia em Vila Alegre, foram as seguintes:

  • Fundações (o que inclui as sapatas isoladas e as sapatas contínuas dos muros de betão): 71,120 metros cúbicos de betão e 3747 quilogramas de varões de aço;
  • Estrutura: 308,860 metros cúbicos de betão e 31 133 quilogramas de varões de aço.

3.7 Software utilizado

Para o Projeto de Estabilidade desta moradia, foi utilizado software BIM (Building Information Modeling), gerador de ficheiros IFC (Industry Foundation Classes).

3.8 Legislação

Em Fevereiro de 2021, a Estrutura desta moradia em Vila Alegre, foi calculada e dimensionada, segundo o Regulamento de Segurança e Acções (RSA), e o Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP).

Segundo a actual legislação, nomeadamente os Eurocódigos, muitas das soluções encontradas não seriam possíveis.

4. DESCRIÇÃO DAS IMAGENS CONSTANTES DA GALERIA DE IMAGENS

  • Imagem 1 a 3: Projeto de Arquitetura. Renderização ou imagens tridimensionais do modelo Arquitetónico.
  • Imagem 4: Projeto de Estabilidade. Planta da Estrutura na Arquitetura: Fundação.
  • Imagem 5: Projeto de Estabilidade. Planta Estrutural da Fundação.
  • Imagem 6: Projeto de Estabilidade. Modelo tridimensional da Estrutura. Vista do Piso do -1.
  • Imagem 7: Planta da Estrutura na Arquitetura: Piso do -1.
  • Imagem 8: Planta da Estrutura na Arquitetura: Tecto do -1.
  • Imagem 9: Planta da Estrutura na Arquitetura: Tecto do 0.
  • Imagem 10: Projeto de Estabilidade. Modelo tridimensional da Estrutura. Vista da Cobertura.
  • Imagem 11: Projeto de Estabilidade. Planta da Estrutura na Arquitetura: Tecto do 1 / Cobertura.
  • Imagem 12: Projeto de Estabilidade. Modelo tridimensional da Estrutura.